quinta-feira, 21 de junho de 2012

Esforço Humano Mental, Braçal e Burocrático


       


 Sei que muitos, ao lerem esse artigo,  vão achá-lo de um "puxa-saquismo" explícito. Aliás o termo "puxa-saco" vem originariamente dos índios que habitavam nossa "terra Brasilis" que, durante a colonização, carregavam os sacos de roupas e pertences dos portugueses que desembarcavam no litoral, rumo as recém criadas vilas do planalto. Assim reza a lenda. Pois voltando ao texto, gostaria de me explicar. Não se trata de uma ação de "puxa-sacar" nada, mas sim dar o devido valor a quem administra uma categoria.
          Pegarei como exemplo, os escapamentos do nosso F-Vee. Após um ano e tanto de categoria, o item escapamento, vem nos incomodando desde seu início. Coisas mais prementes, impediu a administração (Sr. Roberto Zullino e Sr. Joaquim Lopes) de dar o devido cuidado a peça. Com tubos de tamanhos diferentes, de difícil instalação, atrapalhando a suspensão e fora da ordem correta de explosão, essa peça estava com os dias contados, pois era motivo de críticas por grande parte dos pilotos. Isso sem contar o quesito segurança, aonde aquela peça serviria de "lança" caso ocorresse uma batida traseira em "T".
          Pois bem, antevendo o pior, e sem dar sorte ao azar, após um julgamento final, culpando os escapes, os pilotos e a administração chegaram ao acordo que era hora de mudar. Aos pilotos coube o mérito da reclamação, da insistência e da perseverança. E ponto. Aí começa o trabalho dos organizadores. Roberto Zullino vem até a Scuderia Cobeio pegar o carro da F-Vee para levá-lo ao Giba escapes. Fórmula preso a carreta, carreta engatada no carro, carro rumando para São Bernardo. Após 22 Km no trânsito fulgurante de São Paulo e adjacências, aporta o carro na fábrica da Giba escapes. Conversas com Giba e Luís sobre o que fazer com a peça e inverter operação. Carreta desengatada do carro, Fórmula solto da carreta, carreta engatada no carro e retorno a São Paulo. Após três dias, ligação do Giba, nova ida a São Bernardo para ver o formato da peça. Ainda sem as soldas definitivas, apenas apontado, Sr. Cláudio Cobeio e Zullino rumam novamente a Giba escapes. Conferem a peça, realizam alguns pequenos ajustes daqui e dali, e novo retorno. Mais quatro dias e nova ida ao ninho dos escapes. Dessa vez para conferir o trabalho semi-pronto, realizar mais algumas pequenas mudanças, contando com a presença do tambem administrador da Vee, Joaquim Lopes. Vocês pensam que acabou? Não. No sábado próximo, com o possível escapamento definitivo, a organização da categoria, juntamente com Cláudio Cobeio, voltam ao Giba, carreta engatada no carro e etc, etc, etc e levam o carro, já com o novo escape instalado, para testarem no dinamômetro o real ganho de potência e escolhermos a corneta ideal entre algumas de teste, fabricadas para esse fim.
          Ah sim, agora acabou né? É só passar o carro no dinamômetro e mandar a linha de produção iniciar a fabricação dos novos escapes ? Não, para ser autorizado pelos órgãos competentes (CBA, FASP e etc), é necessário redigir um adendo, especificando as mudanças na peça, dando sua descrição detalhada e explanando o porque das mudanças.
          Aí sim o serviço de quem gera a categoria vai se dar por concluído.
         
          Esse texto teve por objetivo, elucidar aos pilotos da categoria e aos demais esportistas do nosso amado esporte, que, se as coisas nem sempre correm no ritmo que deveria, existe um real motivo para isso. Qualquer simples alteração, tem que se encontrar o fornecedor, criar, desenhar, acompanhar, testar, homologar, para só então ser inserida nos carros.
          Pense nisso na hora de achar que os organizadores estão fazendo corpo mole porque já estão montados na grana. Doce ilusão cara-pálida.

P.S.: o escapamento das fotos acima ainda é o antigo. O novo escape será uma surpresa. Aguardem.


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