quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Vídeo Treino Piloto Clay Lopes

Segue abaixo o vídeo do Piloto de Brasília Clay Lopes em Piracicaba a bordo do "negro 27". Reparem que Clay ainda tem alguns tiques de kart, coisa natural para quem nunca tinha pilotado um carro de corrida antes... No fim dos treinos ficar a apenas 4 décimos do piloto veterano Sandro Freitas anima qualquer pessoa. Bom trabalho Clay e divirtam-se.


segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Um treino... Duas vitórias





Já corri um punhado de vezes. Já participei de provas das mais diversas, principalmente no kart. Acompanhei muitas corridas nos boxes de todas as categorias pensáveis que já correram no Brasil. Já vi vitórias de todos os jeitos. De ponta a ponta, na última curva, no seco, na chuva, lado a lado, com milésimos do ganhador para o segundo. Mas vitória em treino eu nunca havia visto. Ainda mais em dose dupla.
            Nesse sábado, 17 de dezembro, fui para um treino com 2 pessoas interessadas em conhecer o Fórmula Vee. Clay Lopes e o Sr. Fontes.



 
            Clay disputou o kart nos anos 80, e em novembro agora, após 25 anos, disputou uma prova de karts Vintage em Curitiba, se saindo vitorioso. O vírus estava adormecido, porem ainda existia. E latente. Foi o suficiente para descobrir a Fórmula Vee e desejar realizar um teste. Devido a seu baixo custo é uma opção barata para quem quer saber qual a emoção de um carro de corrida. Clay nunca havia andado num carro de corrida, quanto mais num monoposto. Sua experiência no kart conta muito, mas a tocada do Vee é muito sutil, pela potência do motor, não permite erros ou sua volta vai para o espaço. Qual minha surpresa, ao ver no final do dia, Clay andando a apenas 4 décimos do Sandro Freitas, piloto veterano em diversas categorias do nosso automobilismo e proprietário de um Vee. O sorriso de Clay demonstrava sua felicidade, e eu no meu papel de vendedor de sonhos, contabilizava 1x0 no meu placar.



            No segundo caso, do Senhor Fontes, a situação era um pouco mais delicada. Com 64 anos bem vividos, o Sr. Fontes estava realizando um sonho de infância que o perseguria até aquele dia. O de andar num carro de corrida. Nunca tivera experiência nenhuma com nenhum tipo de corrida, seja ela de kart ou de carro, atuando como bandeira de posto de sinalização em uma etapa do campeonato paulista a alguns anos. Essa era toda sua experiência. Cinto afivelado, instruções dadas, corro para o muro acompanhar a pilotagem. Ele passeava pela pista, como quem, em extâse, curti cada metro do autódromo de Piracicaba. Apreciava as curvas, intimidava as zebras, notava coisas, que nós pilotos normais, quase nunca notamos. Na primeira parada nos boxes o tempo de 2:16 (quase um minuto acima do recomendável) desanimaria qualquer mortal. Mas não o Sr. Lopes. Seu semblante era o de mais feliz entre todos, e na segunda saída minha recomendação era de apenas tentar abaixar de 2:00. Dito e feito. Segundo treino terminado, o cronômetro mostrava 1:59:00 como a melhor volta, e ao mostrar isso a ele, sentiu o dever cumprido até ali. Mais uma saída, e a tentativa de baixar dos 1:50. Chegada nos boxes após 10 voltas e 1:43:400 guardados no colete. Me empolguei e pedi, para a próxima saída, um tempo abaixo de 1:30. Isso daria menos de 10 segundos dos tempos que foram virados pelos segundo pelotão na ultima corrida. Mas daí fui eu o ansioso demais. Ele queria bater seus limites e 1:43 tinha sido seu limite para aquele dia. O semblante satisfeto e os dentes que insistiam em não sumir do seu rosto, se escondendo sob os lábios era a mostra fatal. 2x0. Com a total sensação de dever cumprido na bagagem , esse vendedor de sonhos aqui, fez um treino e obteve duas vitórias. Que venham outros e que brindem conosco mais vitórias.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Ayrton Senna e sua experiência num Fórmula V





Poucas pessoas sabem, mas está relatado no excelente livro do jornalista Lemyr Martins, "Uma estrela chamada Senna" (Editora Panda), a experiência de Ayrton Senna com um carro de Fórmula V. Ela se deu através do piloto na época, e tio de Rubens Barrichelo, Dárcio dos Santos.
          Ayrton chegou ao boxe de Interlagos em 1o. de maio de 1978 e ficou observando o acerto de Dárcio no seu V, que estava preparando o carro para a etapa de Brasília ( bons tempos aqueles, quando se podia treinar tranquilamente em Interlagos). Dava atenção a cada detalhe dos mecânicos nos acertos do carro, e pediu uma informação a Dárcio, se deveria começar no automobilismo na Fórmula V ou na extinta Fórmula Ford. Dárcio o aconselhou, que, se fosse no Brasil, melhor começar pela V que era mais organizada e tinha mais corridas no calendário.
          Após algumas voltas, e considerando o carro pronto para enfrentar mais uma etapa, Dárcio deu o trabalho por encerrado, próximo a hora do almoço. Ayrton observava tudo e Dárcio entendeu o seu pedido subliminar. Convidou Ayrton para acelerar, após o almoço, antes de carregar o carro para a viagem. Curiosamente, Ayrton já havia levado seu capacete (todo piloto anda sempre com sua "fantasia" pronta).
          Dárcio foi almoçar na sua casa, que era perto do autódromo e ainda teve tempo de brincar com o sobrinho de 6 anos, Rubinho Barrichello.
          Após ouvir com atenção as instruções de Dárcio, Ayrton se posicionou no monoposto, tendo atenção especial a caixa de marchas, que era invertida. Primeira no lugar da terceira, e segunda no lugar da quarta. Ele ligou o motor e saiu para sua primeira volta num Fórmula. Acelerando no limite  entrou no retão do traçado antigo de Interlagos com o pé no assoalho. contornou a curva 3 e rodou na curva 4. Dárcio, vendo tudo dos boxes, já avisara o mecânico para dar placa de abaixar velocidade, pensando no pior. Ayrton entrou forte na curva do Laranja e o carrinho saiu de traseira, rodopiando duas vezes e indo de encontro ao muro.
          Dárcio já estava dizendo adeus a corrida de Brasília, mas com o trabalho dele e dos mecânicos, arrumaram o carro no autódromo mesmo, deixando algumas coisas para acertar em Brasília. Dárcio conseguiu largar em terceiro e venceu a prova.
          Na volta a São Paulo, quando foi comprar as peças para refazer  o Fórmula V mais uma surpresa. Ayrton tinha pago todo o estrago e eles se tornaram amigos. Ayrton foi para a Europa, e o resto da história, todos nós, amantes ou não do automobilismo, sabemos de cor.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ayrton - O herói revelado




O livro definitivo e mais contundente que li sobre  o Ayrton Senna foi  do jornalista Ernesto Rodrigues com o título dessa minha matéria, Ayrton, o Herói revelado (não deixem de ler). Nele o escritor não endeusa nosso mito, mas mostra que ao mesmo tempo que a obsessão era sua maior qualidade, era tambem um inimigo cruel dele mesmo. Nada, nem ninguem era mais importante para ele do que o automobilismo e suas vitórias. E por isso foi quem foi. Andou como andou, tirou leite de pedra de carros bem inferiores no grid. Hoje o que vemos é uma penca de pilotos burocráticos. O máximo que fazem é uma disputa breve no início do confronto entre os dois para saber quem será o primeiro piloto, relegando o outro ao cargo do segundo piloto, o trabalho mais árduo, os ajustes primários, as ultrapassagens no box, as "quebras" de marcha e coisas afins. Tenho um sentimento muito antagônico com relação a Fórmula 1. Da mesma forma que amo automobilismo mais do que qualquer outro esporte, acho a Fórmula 1 algo um tanto insosso. Antes que os amantes ferrenhos da F1 se alterem, deixem eu me explicar. A tecnologia é absurdamente maravilhosa, a logística é precisa, o evento um dos maiores do planeta e os carros são excelentes. Fora o barulho e o cheiro que são inconfundíveis. Só que hoje o fator humano é apenas uma "peça" a mais na engrenagem. Foi-se o tempo que um Ayrton Senna com uma modesta Lotus, podia ameaçar os ponteiros apenas porque chovia. Tudo bem, Ayrton era uma exceção. Estava um nível acima dos pilotos. Só que hoje, voce pode pegar um Vettel e um Michael Schumacher e colocar numa equipe nanica e me digam o que vão fazer. Eu digo, não farão nada. E para nós brasileiros a situação ainda é pior. Parece que nossos dois pilotos brazucas estão mais interessados em serem apenas mais um carro no grid, acomodados com suas situações, enquanto a promessa de um sobrenome por enquanto não está dizendo a que veio, apesar de seu esforço. Só uma coisa a dizer a Bruno Senna. Não conheço nenhum campeão mundial de F1 que seja bonzinho. Infelizmente para o esporte, ele é um ótimo menino.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Fraternidade e uma canja da pista da ECPA

Infelizmente o final de semana não foi como o esperado. Dos 2 carros da Scuderia Dino na última etapa da Copa Mobil de Fórmula Vee, nenhum alinhou no grid. O carro do piloto William Ayer, apresentou perda de potência, e o outro piloto preferiu apenas pegar a mão melhor do carro e esperar a próxima etapa, se aprimorando com os monopostos. No caso do William Ayer, mais uma vez a fraternidade da categoria se fez presente. A parceria da Scuderia Dino com a TJ Competições valeu mais uma vez, com Emanuel e Thomaz, nos alugando um carro para fazer o piloto William poder largar. E ele não fez feio. Após uma falha na largada, caindo para último lugar, ele foi retomando as posições e cruzou a linha de chegada em sexto lugar. Segue abaixo o link da tomada de tempo, com acompanhamento da telemetria. Não percam a oportunidade de ver o carrinho rasgando a reta da ECPA. Meu muito obrigado a toda equipe TJ principalmente aos meus amigos Thomaz, Emanuel e tambem ao Gera e Gilmar. Obrigado principalmente a pessoa de Dito Giannetti, por nos proporcionar um autódromo particular, único no estado de São Paulo e um dos dois únicos do Brasil, se não me falha a memória. Bom vídeo a todos. As imagens e a configuração ficaram a cargo do nosso outro amigo e piloto Sandro Freitas, que logo mais tambem estará alinhando o seu Vee

http://www.youtube.com/watch?v=83dTaS8RYqk