Já corri um punhado de vezes. Já participei de provas das mais diversas, principalmente no kart. Acompanhei muitas corridas nos boxes de todas as categorias pensáveis que já correram no Brasil. Já vi vitórias de todos os jeitos. De ponta a ponta, na última curva, no seco, na chuva, lado a lado, com milésimos do ganhador para o segundo. Mas vitória em treino eu nunca havia visto. Ainda mais em dose dupla.
Nesse sábado, 17 de dezembro, fui para um treino com 2 pessoas interessadas em conhecer o Fórmula Vee. Clay Lopes e o Sr. Fontes.
Clay disputou o kart nos anos 80, e em novembro agora, após 25 anos, disputou uma prova de karts Vintage em Curitiba, se saindo vitorioso. O vírus estava adormecido, porem ainda existia. E latente. Foi o suficiente para descobrir a Fórmula Vee e desejar realizar um teste. Devido a seu baixo custo é uma opção barata para quem quer saber qual a emoção de um carro de corrida. Clay nunca havia andado num carro de corrida, quanto mais num monoposto. Sua experiência no kart conta muito, mas a tocada do Vee é muito sutil, pela potência do motor, não permite erros ou sua volta vai para o espaço. Qual minha surpresa, ao ver no final do dia, Clay andando a apenas 4 décimos do Sandro Freitas, piloto veterano em diversas categorias do nosso automobilismo e proprietário de um Vee. O sorriso de Clay demonstrava sua felicidade, e eu no meu papel de vendedor de sonhos, contabilizava 1x0 no meu placar.
No segundo caso, do Senhor Fontes, a situação era um pouco mais delicada. Com 64 anos bem vividos, o Sr. Fontes estava realizando um sonho de infância que o perseguria até aquele dia. O de andar num carro de corrida. Nunca tivera experiência nenhuma com nenhum tipo de corrida, seja ela de kart ou de carro, atuando como bandeira de posto de sinalização em uma etapa do campeonato paulista a alguns anos. Essa era toda sua experiência. Cinto afivelado, instruções dadas, corro para o muro acompanhar a pilotagem. Ele passeava pela pista, como quem, em extâse, curti cada metro do autódromo de Piracicaba. Apreciava as curvas, intimidava as zebras, notava coisas, que nós pilotos normais, quase nunca notamos. Na primeira parada nos boxes o tempo de 2:16 (quase um minuto acima do recomendável) desanimaria qualquer mortal. Mas não o Sr. Lopes. Seu semblante era o de mais feliz entre todos, e na segunda saída minha recomendação era de apenas tentar abaixar de 2:00. Dito e feito. Segundo treino terminado, o cronômetro mostrava 1:59:00 como a melhor volta, e ao mostrar isso a ele, sentiu o dever cumprido até ali. Mais uma saída, e a tentativa de baixar dos 1:50. Chegada nos boxes após 10 voltas e 1:43:400 guardados no colete. Me empolguei e pedi, para a próxima saída, um tempo abaixo de 1:30. Isso daria menos de 10 segundos dos tempos que foram virados pelos segundo pelotão na ultima corrida. Mas daí fui eu o ansioso demais. Ele queria bater seus limites e 1:43 tinha sido seu limite para aquele dia. O semblante satisfeto e os dentes que insistiam em não sumir do seu rosto, se escondendo sob os lábios era a mostra fatal. 2x0. Com a total sensação de dever cumprido na bagagem , esse vendedor de sonhos aqui, fez um treino e obteve duas vitórias. Que venham outros e que brindem conosco mais vitórias.
Bom dia. Parabnes pelo Blog. Como ajudar a fazer seu placar ser 3 x 0? Tenho interesse em um treino com estes formosos vee. Agaurdo contatos no pccastanheira@ig.com.br.
ResponderExcluirDemais! Acredito muito na F-Vee, que queria ver aqui em Goiás!
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