quinta-feira, 1 de março de 2012

Não apenas um degrau, mas "o" degrau




          Para os que vem acompanhando o automobilismo de perto, em meados do ano passado, surgiu a Fórmula Vee. Essa categoria se solidificou, hoje temos 38 chassis entregues, 25 carros prontos e grid se aproximando de 20 carros. Por enquanto a categoria está direcionada para diletantes, pilotos que correram no passado e que agora vem nos Vee uma oportunidade de voltar ao automobilismo com baixíssimo custo e apaixonados por carros de corrida que nunca tiveram chance de correr. Em 2011 realizamos o Campeonato Paulista em Interlagos e a Copa Mobil com 3 etapas em Piracicaba, dando premiação aos vencedores.
          Agora a categoria entra numa nova fase, com seu segundo ano. Existe um abismo para os pilotos novos que saem do kart e almejam o automobilismo. Basicamente só há 2 caminhos. Ou o piloto deixa o kart e senta num F-3 ou parte para a Fórmula Futuro. Em ambos os casos os carros são de tecnologia de ponta e chegam a virar até em 1 minuto e 29 segundos em Interlagos, atingindo máximas superiores a 230 km por hora. Isso compreende um orçamento bem superior ao do kart. O piloto terá que andar vários quilômetros até se adaptar ao bólido, desperdiçando um ano antes de se tornar competitivo. Além de ter uma reserva considerável de dinheiro.
          Aí que entra o Fórmula Vee. O piloto sai do kart e senta num carro que atinge 185 km/h e “vira” em Interlagos em 2:07. Aprende a usar a embreagem, se situa com a diferença de um autódromo para um kartódromo, aprende a “burocracia” de uma corrida de carros. É nesse momento que os pessimistas de plantão entram para dizer que o Vee não tem ajustes, que o carro é frágil e etc. Vamos lá. Se o carro não tem o recurso aerodinâmico das asas, sobram ajustes. O piloto tem que acertar a calibragem, camber, caster, convergência, entender se o carburador está com excesso, com falta, se a falha que está dando em alta é elétrica ou de combustível, pedir para avançar ou atrasar o ponto do motor, enfim, ter noções de mecânica e sensibilidade para ajustes. Quanto a durabilidade, um motor dura em média meia temporada sem se mexer neles. Isso com um orçamento irrisório, bem mais barato inclusive que o próprio kart.
E de quebra ainda anda com feras que correram no passado e fizeram uma carreira de sucesso aqui e no exterior. Pessoas que, como Dárcio dos Santos, Campeão Paulista de Fórmula Vee em 1978 e Vice campeão em 1979, tio de Rubens Barrichello, amigo de Ayrton Senna, Raul Boesel, Chico Serra entre tantos outros campeões. Além de outras feras que estão chegando. Que me desculpem os pessimistas de plantão, mas não há aprendizado melhor do que esse.

2 comentários:

  1. Certifico e dou fé, Sergio. Sem contar que o carro é muito gostoso de guiar.

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  2. em alguns carros o radiador está sob a carenagem...

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