Venho notando uma reação, no mínimo estranha, por parte dos pedestres da nossa capital paulista. Após a regulamentação da lei que protege o pedestre ao atravessar a faixa, lei essa que seria desnecessária se todos tivessem a educação que dizem ter, o pedestre, que antes fugia dos carros, agora os enfrenta com até certa arrogância. Outro dia, um conhecido estava numa avenida muito movimentada e surgiu um pedestre no meio da rua, com a mão impostada num “Ave César”, obrigando o motorista meu amigo a parar. Só que a avenida era de alta velocidade, com inúmeros carros atrás num ritmo frenético, o que impediu que meu amigo parasse. Foi xingado pelo pedestre e ainda recebeu uma reprimenda avisando-o que ali era a faixa de pedestre além de um belo tapa no seu espelho retrovisor.
A faixa de pedestre se transformou em uma “bolha” inviolável. Já estou vendo pedestres tomando sol e fazendo churrasco numa Avenida Paulista enlouquecida. Nós mesmos, motoristas atuais, nascemos pedestres. Alguns ainda são pedestres eventuais. Eu, especificamente, ando muito a pé. E confesso que já tive vontade, de embasado nessa nova lei, dar um ou outro grito com um motorista mais desavisado.
Acho que devemos pensar num meio termo. A educação do cidadão seja ele, motorista, pedestre ou qualquer outro tem que vir de casa. A pessoa não pode se vangloriar de ter andado no acostamento enquanto a maioria dos carros, bovinamente enfrenta o congestionamento como a espera de um matadouro. O pedestre por sua vez, não pode ficar agarrado a um poste como um bicho de selva amedrontado ao ver a presença humana. Tem de haver entendimento, educação, oportunidade e acima de tudo bom senso.
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