segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Entrevista completa com Michelle de Jesus

Sem dúvida, ela é um dos expoentes femininos do Automobilismo e nessa entrevista completa nos mostra a que veio. PdC só tem a agradecer a essa grande mulher. 


1.      Como que surgiu o interesse pelo automobilismo?
Com 14 anos de idade eu fui trabalhar na oficina do meu pai, de lá para cá foram 15 anos envolvida com carros, mecânica etc..., por volta de 2004, comecei a acompanhar corridas da Stock Car, aí me apaixonei...

2.      Quem foi o seu grande incentivador?
Jesus Cristo, é o meu maior incentivador e protetor. Minha família tambem colaborou e em especial meu pai e meu avô, me influenciaram para que eu tivesse paixão por carros.

3.      Na família há outros pilotos?
Na geração anterior a minha não, tenho primos que tambem gostam muito de corridas e participam de campeonatos de Moto Velocidade.

4.      Além da Copa de Marcas e Pilotos e do Brasileiro de Marca você já participou de outras categorias?
A Copa Engebrás de Marcas e Pilotos foi a primeira e até eu participar do Brasileiro era a única, agora estou começando aprender novamente em um carro totalmente novo para mim, é tudo muito diferente, mas acredito que pelo pouco tempo de carreira (2 anos e meio) desenvolvi um bom trabalho e evolui muito rápido, espero continuar nesta evolução no Brasileiro.


5.      Quantos títulos coleciona na carreira?
No meu segundo ano de automobilismo em 2010, consegui o VICE CAMPEONATO no Marcas Paulista, com mais de 32 carros.


6.      Quais são os seus ídolos?
Não sou de ter ídolos, admiro muito a força das mulheres que tambem estão neste esporte, pois conheço as dificuldades....podemos citar a Bia (Figueiredo), a Débora (Rodrigues) a Rosito (Cristina Rosito) etc...entre tantas outras que já passaram pelo automobilismo...e claro, sempre me emociono com as histórias e a vida do Senna, assisti o documentário e fico impressionada com a personalidade dele, não só na pista, pois isso para mim é o menor valor dele, admiro muito a fé que ele tinha dentro de um cockpit e o quanto ele era próximo de Deus.


7.      Como é a sua rotina de trabalho e os treinos?
Trabalho às segundas e quintas feiras em São Bernardo, com o programa de esportes da TV ABCD e desenvolvendo uma marca nova no segmento automotivo. Terças e quartas, cuido de uma cartela de clientes de uma empresa, e vou à minha aula de inglês e às sextas procuro marcar a entrevistas quando não dão para serem feitas durante semana...
            Estou começando a treinar de kart, e tenho feito no intervalo dos meus compromissos, por enquanto, pois em breve irei conciliar melhor os dias de treino.

8.      Antes você corria de Chevrolet Corsa no Campeonato de Marcas. Agora, está na Copa Petrobrás de Marcas e Pilotos. Como surgiu o convite? E a sua adaptação ao novo equipamento?
      Tive um convite do Sr Carlos Col, presidente da Vicar, para eu fazer parte da equipe Bassani Racing na Etapa de SãoPaulo, e isso se deu acredito graças a minha evolução nas pistas e aos amigos que tenho que sempre me ajudaram muito.
Me adaptei bem com o Toyota, gostei de pilotar um carro com câmbio sequencial e pneus slicks, ainda falta treinar muito, não cheguei a andar 25 voltas com o carro, preciso “vestir”o carro melhor e saber quais são as reações, e isso só tempo de pista e muito treino.

9.      Qual o seu preparo físico para suportar o esforço físico durante as provas?
Eu treinava muito, com personal e academia todos os dias, até eu quebrar o pé direito e por eu não seguir corretamente a recomendação médica para a recuperação, tive que parar de fazer minhas corridas de rua e automaticamente todo o resto, parei as aulas de dança e hj estou tratando do problema na Universidade Metodista com um Fisiatra, para poder voltar a fazer minhas atividades normalmente.




10.  Como é ser a única mulher competindo na Copa Petrobrás?
É um privilégio, espero poder contribuir com o crescimento e a visibilidade da categoria, assim como pude fazer no paulista.

11.  Tem que agüentar muitas piadinhas dos outros oponentes?
Do tipo: vai pilotar fogão? Rssss  sim, isso sempre têm, mas quem me conhece sabe que eu piloto melhor o carro.....rssss (sou um verdadeiro desastre na cozinha)

12.  Na última etapa de Interlagos você roubou a cena. Como é lidar com o assédio dos fãs?
É emocionante poder ter contato com as pessoas, eu gosto de pessoas verdadeiras, humanas e que tenham calor, sou de descendência Italiana, onde falam alto, com as mãos e as menores festas não caberiam em uma sala de um apartamento comum....rsss, acho tudo isso incrível e faz eu me sentir viva, gosto de dar atenção um sorriso e um abraço, isso faz parte da minha essência.


13.  Quais as dificuldades de conseguir um patrocinador?
Todas...rss,

14.  Você é formada em Direito. Por que não seguiu a carreira de advogada?
Eu tive uma experiência fazendo um estágio em um núcleo de práticas jurídicas aqui em Jundiaí, notei que para ganhar dinheiro no direito eu teria que mudar os meus valores pessoais, por muitas vezes, durante o estágio, tive que tomar medidas processuais nas quais eu não concordava, eu não gosto de complicar uma situação que eu já vejo que existe uma solução....é mais ou menos isso....o papel aceita tudo.

15.   Como seria disputar uma corrida ao lado de Bia Figueredo e Danica Patrick? E o que elas representam para você?
São as duas pilotas que eu mais admiro, com certeza seria um sonho....torço muito por elas, como falei antes...é a mulher com toda sua força interior e determinação, um verdadeiro exemplo para todas nós.

16.   Você tem planos de competir na Stock Car?
Tenho, acredito que a evolução natural seria eu ir para a Stock, quem sabe, estarei trabalhando para isso...
17.  Nos momentos de folga o que costuma fazer?
Ficar com as pessoas que eu amo, andar no meio do mato (literalmente – tenho umas terras em Jarinu que é mata fechada, e fazemos umas caminhadas por lá), amo praia e sol...gosto muito de tomar sol, mas agora que entra o inverno fica mais difícil....rsss, meu humor até muda, prefiro o calor, não sou de lugares fechados como shopping e cinema.

18.  Qual a mensagem que você deixa para os jovens pilotos que estão no início da carreira.
Não importa como você vai terminar a prova, no momento que estiver pilotando, faça com prazer e alegria, isso deve te dar muita alegria, e com toda certeza o resultado será a consequência do seu desempenho e esforço, da dedicação e do treino, multiplicado quando se faz com prazer. Sempre que eu ganho a corrida meu estado de espírito está  muito elevado.



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